A Nova Economia das Telecomunicações

Até um passado recente, um executivo de TI tinha relativa facilidade em analisar as alternativas de tarifas e custos de telecomunicações, pois havia um cenário restrito, pouco mutável e previsível. Limitação de fornecedores (basicamente empresas do sistema Telebrás) e de oferta de serviços e tarifas tabeladas pelo Ministério das Comunicações, sobre as quais não era possível a concessão de descontos ou negociações específicas.

Mudanças tarifárias ocorriam fundamentalmente nos seus valores e, raramente, na sua estrutura.

Ainda anteriormente à privatização do sistema Telebrás, com a entrada das operadoras da Banda "B" e de alguns prestadores de serviços limitados, esse cenário passou a apresentar competição e de alternativas aos usuários.

A ampliação das diferenças tarifárias entre as operadores de telefonia (locais, regionais, de longa distância e as espelho) trouxeram novos desafios.

Para os circuitos e serviços de dados, sejam dedicados ou compartilhados, as tarifas e preços apresentam grande diversidade, devido a: características do serviço, volumes de utilização, quantidade de circuitos, fidelidade, densidade geográfica e outros, além de negociações específicas para cada cliente e promoções.

A "cesta" (conjunto de serviços utilizados) apresenta um valor em determinado momento, podendo ser composta por produtos e serviços de distintos fornecedores. Para determinar-se sua composição "ótima", seria necessário que fossem identificadas as diferentes alternativas de fornecimento de todos os "players" no mercado.

Pode-se afirmar que a composição ótima jamais será atingida, uma vez que a existência de tantos "players" no mercado e a alta volatilidade no tempo das condições de preços e tarifas, é virtualmente impossível mapeá-los e efetuar a migração em tempo hábil. O "ótimo" pode durar apenas poucas horas, é um exercício de "dinâmica econômica".

Outro desafio para o executivo de TI é a oferta de equipamentos como parte de serviços, tais como os roteadores e FRADs. Suas principais vantagens são: o custo inclui o equipamento e sua manutenção, a responsabilidade pela atualização tecnológica do equipamento é do prestador de serviço e custos operacionais melhor identificados.

As principais desvantagens e riscos são: vinculação a um fornecedor dificultando sua mobilidade para melhores condições, o contrato eventualmente pode restringir mudanças de tecnologia e pouca influência sobre as características ou marcas dos equipamentos propostos. Ressalte-se que o preço não é o único atributo diferenciador, cabendo à qualidade, por exemplo, um peso significativo na decisão.

O projeto de redes deve ser flexível e permitir alterações em sua composição de forma a se obter benefícios desse cenário competitivo. Isso resulta na emergência de um novo tipo de profissional: o Consultor ou Analista em Economia de Telecomunicações. Este profissional deve ter um perfil de formação econômica e com certa capacitação tecnológica.

Não se trata exclusivamente de um especialista em custos, mas sim de um profissional que possa identificar alternativas e, juntamente com projetistas de rede, compor situações mais otimizadas.

Deve, ainda, possuir sensibilidade e conhecimento suficientes para equalizar as propostas e características dos distintos serviços, além de entender a composição do TCO de redes WAN (características tarifárias, parâmetros de qualidade dos serviços, custos de manutenção, descontos progressivos, custos indiretos, depreciação etc.).

Edison R. Morais

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